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sexta-feira, 29 de abril de 2011

RUBOR



No dia dito algo fez presença!
O caminhar bandido assaltou-me de pronto os sentidos e tudo foi rubor...
O tempo, o carinho e a cisma, tudo dizia o tempo do vermelho...
Aquele de maior alcance não ousaria narrar o dito dia daquele tempo,
 pois o passado é dizer o futuro a tempo certo...
O olhar vacilou e o carinho era pretérito, perdido na pequena expressão do teu rosto alimentando o não...

Marcelo Sarges de Carvalho

O ROSTO


Fatal sinal, teu beijo distante...
Teu rosto se mistura com o contingente popular,
não há distinção, é tudo miscigenação...
O rosto de cores próprias deixa a presença para se tornar vaga idéia de luzes que sempre surge de qualquer despertar...

Marcelo de Sarges de Carvalho

PLENITUDE



Viveu-se na tarde a possibilidade do intangível...
O desperta da criança, o encontro aguardado - ou não!-, o correr para fins de saúde...
Olhou-se no céu o passeio das aves qual destino não nos pertence,
mas elas nunca deixam de passar por nós...
O vento esculpi no rosto o tempo, a lembrança, a saudade de algum momento...
O caminhar sozinho, ensimesmado, porém, apaixonado por tal ato...
A chuva veio, mas para que correr?
Um dia, nem que só por uma vez, todos teremos de tomar um banho de chuva!
Isso se chama plenitude!

Marcelo de Sarges de Carvalho

PERITOS


Pequenos peritos d’alma que somos,
olhando dela examinamos o vão, a lacuna aberta entre o céu e o chão...
Rimas fáceis:
Alma, Vão e Chão...
Mas o que se guarda de todos os “ãos” é o que a alma tenta, sozinha, animar...

Marcelo Sarges de Carvalho

HABITO


Hoje não há o silêncio naufrago,
o rio corre límpido e sem maiores temores...
O sangue não aquece, corre por outros rumos, outras veias!
Há o espanto, a ineficácia do piscar;
atos primeiro e único que se manifesta desse tão distante lugar...
Meu carinho suprimido, meu sorriso usurpado,
 talvez sejam resultados dessas findas tardes aonde tudo se julga, e nada se resulta...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Santo Rei

Era um discurso banido daquela terra aonde o pouco prosperava e o dizer era inócuo...
O agreste dos grãos de terra se misturam ao pelo e sangue que cai da nódoa... 
O ungindo pavor faz parte do pão, do gosto e se desfaz na boca e no gozo! 
Ao árido tempo um Aviz que se diz redenção! O sonho bom na espera de um Sebastião... 
Porém do homem ao santo sempre haverá uma morte e dela a estranha mítica da volta, do retorno!
A chuva que sonho é retomado da idéia de mar sem igual, porém de água consumível... 
Originária do quintal meu e do alheio também! 
Boa ventura de árvores e fruto, espaços dado ao balaço dos pequenos e do retrato do Rei que não voltou, mas fez da marca o sangue que o tempo transforma nessas sazonais chuvas que hão de fazer brotar o mar meu e do alheio e, além de tudo, um santo gosto!
É o desejo do Tejo e do Sertão!

Marcelo Sarges de Carvalho dos Santos