
A cantiga parou o tempo... A paisagem dilui-se em sensações quiméricas -segredo do desespero!A senhora, macilenta, carregava contra o vento o seu guarda-chuva... A chuva não tardaria!
Olhos de gato lagrimejavam histórias e lembravam-me que são três da tarde, portanto, ainda falta um tanto para o fim... E, assim eu ia, sentado no ônibus que estava atrasado cinco minutos e acabara de queimar uma parada, deixando para trás meia dúzia de pessoas...
O dia era monocromático; o cinza imperava em todos os tons... Já não era possível pintar o dia de extremos, o branco unia-se ao preto, para forma o bizarro e frio cinza de um domingo de março...
O povo, o cheiro e a rua, todos pararam, eram como fotografias banhadas no passado... A vida, hoje, é reflexo do dia e sobre o asfalto dissolve-se, deixando sem sentido um final para tão leviano texto...
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