
A chuva ressoa por toda a parte -melodia pagã do dia!
A música preenche as lacunas da casa; a casa se mostra mais encantada do que nunca! Porém as horas teimam em passar e a imagem é a mesma... Questiono-me se ainda há beleza nessa cena...Quando pequenas poças de água se formam no meu quintal?
Às vezes, o único lugar que me encontro é no vago e discreto corredor que passa por toda a casa... As luzes que saem das portas abertas iluminam certas partes do caminho e leva à porta da saída... Então, projeto-me a favor da luz, criando uma imensa sombra e, quando começo a crer que tal sombra sou eu, ao me aproximar dela, ela vai diminuindo. A ilusão de ser grande desaba. Às mãos se encaixam perfeitamente -somos simetricamente ligados! Mas quando, em um ato sincero, corpo e sombra si tocam, percebo que ela guarda a vida que me é tirada todos os dias nas perenes gotas de chuva e na resignação que me prende a casa...
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