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sábado, 8 de novembro de 2008

ALIANÇA


Calaram-me! Atingiram-me em um ponto sem defesa, levaram-me a parca dignidade; o sorriso- o que ainda possuía- e a verdade do olhar...

Deixaram-me em um canto, com uma febre que queimava os meus olhos e deixa o meu queixo em convulsão -a beira de um colapso-; o corpo se estreitava na quina da sala. Anjos apareceram na minha frente; antes não tivessem aparecido, pois, com os olhos em chama, qualquer imagem celestial que aparecesse, confundiria com a mais medonha besta! Eu, com medo, praguejava contra eles algumas frases sem sentido lógico -tudo que eu queria ali era uma palavra escarlate para fazê-los parar!
Eles se aproximaram de mim, ungiram a minha face e confessaram-me algo; algo que os fez ter comigo uma aliança de mil anos... Partiram.
Hoje, sempre que me encontro só, tenho a mesma febre que queima os olhos e o segredo reconfessado -é como se, novamente, escutasse anjos... E assim segue essa aliança.
MARCELO DE CARVALHO

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