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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A menina


(Para Giulietta Masina)

Menina, são tão dignos esses teus olhos;
Feitos de perfeito jeito ao teu rosto redondinho...
Se alguém nunca tenha ousado, pois eu te grito:
São castanhos e belos!
Belos e grandes...
Ainda hão de te confundir com uma pequena cigana...
E depois de contar-te da beleza dos teus olhos me vieste com tão singela pergunta:
Que cor é o castanho?
São e sempre serão a grandeza, a beleza e o grito por estes teus olhos!

Marcelo de Carvalho dos Santos

...


Caminho limpo, diga-me a razão para aliviar a queda?
Caminho limpo, mas o sol queima as minhas, as vossas retinas...
Deixe-me ajoelhar, pois o que não vejo sinto nas fieis pontas desses dez dedos...
A visão pouco me importa, quero a lida do regresso, a vida sentida pormenores relevos;
Relevos reveladores desse barro velho que, por certo, é parte de alguma rua seca, de algum bairro seco em algum país perdido...
Afinal, o que importa?
São apenas barros e dedos se reconhecendo... O meio e o fim vivendo a bondade do reencontro graças ao sol que cega!

Marcelo Sarges de Carvalho dos Santos